sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Silenciosamente




Na noite quente
Trago a secura
Alguns pensamentos de literatura
O lembrar da musa, de repente.

As reflexões do dia cansado
As flexões da mente indigesta
A caneta borrada não largo
O papel recebe o que a alma completa.

A serenidade do silêncio é afago
É carinho para a linha incompleta
O coração só serve aos apaixonados
E a dor faz de escravo o poeta.

O barulho é ritmo descompassado
E o compasso é barulho ajeitado
A serenidade que conto acima
Não preenche meu peito, mas traduz meu recado.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Recita-me


Recita-me, seja em qualquer época, ano ou década

Minha existência depende da sua declamação

Dê valor ou não, sinceramente, não me importo

Mas não seja indiferente, somente, recita-me

Amargo é o gosto de ainda não existir

Ser simples rabisco, esquecido por aí...

Garanto que esperando quieto fiz minha parte

Não invejei, nem repudiei, nem uma de suas outras artes

As ilusões me alimentaram por um bom tempo

Jurei que iria parar, mas o pouco de brilho que ainda restara em mim

Dependia da quebra diária de meu juramento

Assim cresci, e envelheci, sem ter ao menos vivido

Sem as marcas do tempo, apodreço por não ter sentido.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pequenos Tijolos




Ainda sem entender verdades minuciosas, nunca se sabe das obras por completo, talvez tenha eu participado de pequenos tijolos, talvez aquele meio de canto sem importância, que somente faria incômodo no vento do rude frio, mas o sol é forte.

Coração calejado por certas batidas, quando minhas grandes delongas de dedicação são reduzidas a lembranças sinto que o peito aperta, enclausura-se o que já foi sorrisos sinceros.

Como ponto de resistência sempre esbravejo argumentos, sempre em vão, ainda existem argumentos e dor, creio que sempre vão existir, mas agora que externados, não devem ser mais mencionados, ferida aberta é fonte de dor.

sábado, 28 de maio de 2011

Silêncio suave


A madrugada ainda me inspira

Sempre inspirou

A respiração mais leve

Não preciso de muito

A calmaria no silencio vem suave

Se alastra, se projeta

Os poetas agradecem o que a espírito solicita

A todo momento

Por toda madrugada...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Expresso






Era ela, aliás, sempre foi ela.


Já tentei esquecimento, sobreposição, nada adianta.

Olhe como me olha, será que me olha? Será que me despreza, será que me consola?

Foi a última foto, e nem foi uma foto, foi o desenho do último momento que compartilhamos juntos, sublime, o desenho.


Tarde seca sem brisa, por volta das cinco, celular, marcar encontro, praça.


O romantismo já não era o mesmo, comprimento rápido escancara muita coisa.

Debate mais pegado, ninguém cedia como antes, ou se sustentava em intermináveis chamegos.

E por fim um veredito, tempo era a solução, de fato, não gostei.


Pra onde será que vai esse tempo que não volta, me questionei por um tempo real.

Quando voltei, vi exatamente o que o desenho grita, expressão única, creio, indefinível.

Agora despedida rápida, que optei por não buscar sentido ou significado, passo a frente, destinos contrários.



Mas vida que é vida segue, sempre seguiu, sigo seguindo ela, não a musa, sim a vida.


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alguns pontos


Hoje acordei muito bem, um dos motivos foi que tive o prazer de completar uma das leituras mais agradáveis e criativas que já tive, é o livro de contos do recentimente falecido escritor e médico Moacyr Sciliar, eu particulamente não conhecia sua obra, e conheci de forma bem inusitada já que o livro foi esquecido em minha casa, não resisti, devorei.

A maneira com que ele conta suas pequenas histórias é fantástica, original e tem uma peculiaridade no terminar de seus textos, já que ele prefere finais simples invés de finais impactantes e reveladores, como de costume.

Deixo como dica esta leitura, rápida e revigorante, meu dia começou bem melhor.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Real Kick Quick


Nem um dia é completo

O amanhã se faz vivo por isso

Ainda temos que aprender muito com a espera...




Rosto pingado

Coração molhado

Ainda sinto cada gota, para meu alívio...



sábado, 8 de janeiro de 2011

Pouco de si



Gostava de Supertramp, palavras musicalizadas nacionais optava por Legião Urbana, recheava-se de pensamentos e projetos, ás vezes deixava de viver o mundo real, se projetando em sonhos e futuras ambições. Era calmo e tranquilo, saboreava o silencio, se sentia perdido na multidão, apreciava diálogos complexos, até mesmo os que não entendia muita coisa, assim aprendia muita coisa. Mas não escondia sua paixão por papos corriqueiros carregados de bobagens, aí sim tinha muita opinião e domínio próprio.


Era cercado de lembranças, boas e ruins. Peculiaridades o chamavam a atenção como se fossem luminosos holofotes. Tinha várias facetas, mas não eram como máscaras que se apoiam na falsidade, e sim como adaptação a situações, lugares e pessoas diferentes.


Era cinema, música, poemas e livros, acreditava na cultura como guia salvação da sociedade, era triste por alguns longos períodos, e feliz por outros. Não sabia se era muito de pouco ou pouco de muito, mas sabia que queria sempre saber.


Por vezes ingênuo, acreditava muito nas pessoas, e sabia que mesmo quebrando a cara ia continuar sendo assim, “se não vamos acreditar em nossa própria espécie, quem mais nos resta?”, encarava a sociedade de forma natural, e não buscava se encaixar num grupo seleto e restrito de pessoas, era um descobridor nato.


E foi assim descobrindo muita coisa, destrinchando seu mundo sem muito sair do lugar, aproveitando as experiências e sempre tirando algo delas, conhecendo pessoas e vendo o quão interessante elas podem ser, talvez até ele seja um pouco, vai saber...