quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Recita-me


Recita-me, seja em qualquer época, ano ou década

Minha existência depende da sua declamação

Dê valor ou não, sinceramente, não me importo

Mas não seja indiferente, somente, recita-me

Amargo é o gosto de ainda não existir

Ser simples rabisco, esquecido por aí...

Garanto que esperando quieto fiz minha parte

Não invejei, nem repudiei, nem uma de suas outras artes

As ilusões me alimentaram por um bom tempo

Jurei que iria parar, mas o pouco de brilho que ainda restara em mim

Dependia da quebra diária de meu juramento

Assim cresci, e envelheci, sem ter ao menos vivido

Sem as marcas do tempo, apodreço por não ter sentido.

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