sábado, 8 de janeiro de 2011

Pouco de si



Gostava de Supertramp, palavras musicalizadas nacionais optava por Legião Urbana, recheava-se de pensamentos e projetos, ás vezes deixava de viver o mundo real, se projetando em sonhos e futuras ambições. Era calmo e tranquilo, saboreava o silencio, se sentia perdido na multidão, apreciava diálogos complexos, até mesmo os que não entendia muita coisa, assim aprendia muita coisa. Mas não escondia sua paixão por papos corriqueiros carregados de bobagens, aí sim tinha muita opinião e domínio próprio.


Era cercado de lembranças, boas e ruins. Peculiaridades o chamavam a atenção como se fossem luminosos holofotes. Tinha várias facetas, mas não eram como máscaras que se apoiam na falsidade, e sim como adaptação a situações, lugares e pessoas diferentes.


Era cinema, música, poemas e livros, acreditava na cultura como guia salvação da sociedade, era triste por alguns longos períodos, e feliz por outros. Não sabia se era muito de pouco ou pouco de muito, mas sabia que queria sempre saber.


Por vezes ingênuo, acreditava muito nas pessoas, e sabia que mesmo quebrando a cara ia continuar sendo assim, “se não vamos acreditar em nossa própria espécie, quem mais nos resta?”, encarava a sociedade de forma natural, e não buscava se encaixar num grupo seleto e restrito de pessoas, era um descobridor nato.


E foi assim descobrindo muita coisa, destrinchando seu mundo sem muito sair do lugar, aproveitando as experiências e sempre tirando algo delas, conhecendo pessoas e vendo o quão interessante elas podem ser, talvez até ele seja um pouco, vai saber...